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domingo, 23 de dezembro de 2012



Chile decreta alerta máximo por erupção do vulcão Copahue


O vulcão entrou em atividade no sábado Foto: Reuters 
O vulcão entrou em atividade no sábado
Foto: Reuters


O Departamento Nacional de Emergência (Onemi) do Chile decretou neste domingo alerta vermelho para o município de Alto Biobío, o mais próximo ao vulcão Copahue, que entrou em erupção neste sábado na fronteira com a província argentina de Neuquén. Por enquanto, o organismo descartou a evacuação preventiva dos habitantes das imediações, enquanto as autoridades continuam acompanhando o fenômeno.
O Onemi adotou a decisão após se inteirar de um relatório do Serviço Nacional de Geologia e Mineração (Sernageomin), segundo o qual o vulcão Copahue, de 2.997 metros de altitude, apresenta em sua atividade superficial incandescência e uma coluna de fumaça de entre um e 1,5 quilômetro de altura.
O vento arrasta a coluna de fumaça na direção sudeste, para o território argentino, indicou o relatório do Onemi, que afirmou que em caso de aumento da atividade a área atingida pelas lavas pode chegar a um raio de 15 km.

quinta-feira, 20 de dezembro de 2012




Mudança climática acabará com as geleiras do Equador em 70 anos


As geleiras do Equador, que coroam vulcões de mais de cinco mil metros de altura, desaparecerão em 70 anos no ritmo atual de degelo causado pelo aquecimento global, o que alterará o ecossistema e o volume de água para consumo humano, segundo os especialistas.

Uma situação similar acontece no Peru, na Bolívia e na Colômbia, que compartilham com o Equador as geleiras "tropicais" da América. Um deles é o Antisana, um enorme pico de 5.753 metros de altura com dois cones vulcânicos, por cujas quebradas descem as águas geladas que terminam na maioria das torneiras dos lares de Quito, uma cidade de 2,4 milhões de habitantes.


O previsível desaparecimento dos gelos eternos terá efeitos no frágil local ermo que o rodeia, composto de extensões de gramíneas baixas, e onde habitam espécies em risco de extinção como o urso de óculos e o condor.


A perda do líquido contido nas neves não é o grande problema, mas os efeitos da falta desse foco frio nesse ecossistema, que atua como uma esponja, ao absorver a água da chuva e do degelo, disse Jorge Núñez, especialista no Equador do Projeto de Adaptação ao Impacto do Retrocesso Acelerado de Geleiras nos Andes Tropicais (PRAA).


"Ao afetar-se os locais ermos teremos danos irreversíveis na biodiversidade e na disponibilidade de água, no armazenamento e na regulação de água", alertou Núñez. Apenas 8% da água que desce do Antisana procede da geleira, enquanto o resto sai do local ermo, explicou María Victoria Chiriboga, diretora de Adaptação à Mudança Climática do Ministério do Meio Ambiente do Equador.


A Colômbia, assim como o Equador, tem locais ermos, mas a situação é diferente no Peru e na Bolívia, onde são poucos e onde o abastecimento de água depende mais, por isso, da precipitação e da água armazenada nas neves, disse Núñez.


O Peru concentra mais de 70% das geleiras andinas, a Bolívia 20%, enquanto Equador e Colômbia contam com 4% cada um. Sua taxa de decréscimo depende de fatores como sua localização e tamanho, mas em geral é similar em toda a região, segundo Núñez.


O Equador perdeu 30% da massa de seus nevados nos últimos 30 anos, por isso que a este ritmo desaparecerão totalmente dentro de 70 anos, previu o especialista. Na Bolívia o fenômeno já cobrou uma vítima, o Chacaltaya, um pico de mais de 5,4 mil metros de altura que perdeu sua camada branca em 2009.


O culpado é a mudança do clima do planeta, que hoje em dia é 0,8 graus centígrados mais quente em média que na época pré-industrial, segundo os cientistas.


No Equador a alta foi de um grau centígrado apenas nos últimos 50 anos e em alguns lugares da região andina esse alta chega a dois graus centígrados, de acordo com María Victoria. "Não há meio humano capaz de deter o retrocesso geleiro, o que podemos fazer é trabalhar para atenuar os impactos", comentou Núñez.


E para isso é fundamental contar com dados sobre a atmosfera da alta montanha, que é muito mal conhecida nos trópicos. Para isso, os países andinos instalaram estações meteorológicas em alguns de seus nevados com apoio do PRAA e da cooperação internacional. O Equador vigia por enquanto apenas o Antisana, onde conta com três instalações automáticas a diversas alturas e outras três menores em cima do gelo.


As estações medem o vento, a radiação solar, a altura da neve, a precipitação, a temperatura e a saturação de água do solo, que revela a capacidade de armazenamento do local ermo. De algumas delas se vê nas manhãs claras o cone perfeito do Cotopaxi, outro vulcão cujo cume branco diminui a cada dia.


A mudança climática também minguará as colheitas na América Latina e gerará inundações e secas, segundo um relatório do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID).


A alta da temperatura em dois graus centígrados acima do nível atual provocaria danos crescentes na região, que chegariam em 2050 a cerca de US$ 100 bilhões, de acordo com seus cálculos. Esse dado deveria fazer com que não só os ministérios de Meio Ambiente se preocupem pelas geleiras, mas também os de Economia.


  Preservação ambiental na Turquia enfrenta obstáculos

 

Grupos ambientais locais e internacionais se unem na Turquia para conscientizar a população e tentar mobilizar o governo. Leis de proteção ambiental no país raramente saem do papel. A Comissão Europeia tem feito severas críticas à falta de diretrizes para a proteção da qualidade da água e controle de radiação na Turquia. A conservação ambiental no país é bastante limitada, e as políticas adotadas geralmente tomam o caminho inverso. O país recentemente aprovou leis a favor da mineração e de incentivo ao turismo que podem trazer grandes prejuízos ao meio ambiente.
Gülcan Nitsch, fundadora do "Yeşil Çember", a representação turca da organização ambientalista alemã BUND, conhece o problema de perto. "A questão do meio ambiente na Turquia ainda está engatinhando. É necessário trabalhar para seu desenvolvimento", afirmou a alemã de origem turca.
Organizações ambientalistas têm dificuldade em negociar com o governo do país. Segundo a ativista, as políticas referentes ao meio ambiente não saem do papel. Existem leis de proteção, mas não há controle, diz ela. "As empreiteiras recebem autorização para construir até em áreas de preservação ambiental."
Governo investe em energia nuclear
Nitsch reclama que a Turquia prioriza investimentos em avanços tecnológicos, como a assinatura de um contrato com a Rússia para a construção de sua primeira usina nuclear. O local da planta de 20 milhões de dólares será Akkuyu, no sul do país. Os quatro reatores nucleares deverão gerar 4.800 megawatts a partir de 2017.
Essa iniciativa gerou protestos por parte de ambientalistas e moradores, uma vez que a cidade de Akkuyu está situada em uma área de risco de abalos sísmicos. Alguns residentes até já deixaram a região.
Além disso, especialistas do BUND afirmam que em todo o país pessoas tiveram que ser removidas devido a diversos projetos para geração de energia, como o Anatólia do Sul que inclui 22 represas e 19 usinas hidrelétricas nos rios Tigre e Eufrates, e as barragens Atatürk e Ilisu.
Sobra água aqui, falta ali
O represamento de enormes quantidades de água para a geração de energia e irrigação causou seca em outras regiões no país. As consequências para as áreas pantanosas foram devastadoras. Os lagos e pântanos de turfa não apenas servem como habitat para diversas espécies de plantas e animais, mas também são reservas de CO2. Especialistas examinaram as condições de duas áreas úmidas, Yenicaga e Akgol. O conhecimento desses estudos é utilizado tanto para medidas de prevenção quanto para a conscientização popular.
Segundo a bióloga Nitsch, a população já reconhece a importância da proteção ao meio ambiente. Ela espera que a questão ambiental seja levada mais a sério pelos políticos. Organizações alemãs e turcas lutam juntas por uma maior aceitação da proteção ambiental na Turquia. "Sabemos que será um longo caminho, mas queremos dar maior força às organizações ambientais."
Pressão europeia
A bióloga sustenta que os políticos europeus podem e devem influenciar o governo turco nesse sentido. Rebecca Harms, representante do Partido Verde alemão no Parlamento Europeu, concorda. "A Europa ainda não reagiu com a firmeza necessária."
A Turquia passa por um grande e rápido crescimento, e muito pode ser investido. "Esse é o momento ideal para lidar com os temas ambientais, mas ainda assim as coisas têm se desenrolado de forma equivocada", observa Harms, acrescentando que o governo ignora não somente as questões ambientais, mas também descuida da herança cultural que está sendo destruída por projetos como represas e hidrelétricas.
O quadro já foi melhor. Há algunas anos, durante as primeiras negociações da adesão turca à União Europeia, o governo era aberto a críticas. No entanto, hoje a postura é outra. "Enquanto não houver uma perspectiva europeia para a Turquia, a situação continuará estagnada", alerta Harms.

 

sábado, 15 de dezembro de 2012

Relatório vazado na internet reafirma 

 

 

influência humana sobre o clima

 

Texto preliminar do IPCC diz que temperatura pode subir até 4,8ºC.
Painel de cientistas alertou que versão final ainda pode ser mudada.


Os cientistas especializados em clima estão mais certos do que nunca de que os humanos são responsáveis pelo aquecimento global, pela elevação dos níveis das marés e pelos casos de clima extremo, de acordo com um relatório preliminar feito por um painel de especialistas.
O documento preliminar, que foi vazado na internet e ainda pode ser modificado antes da divulgação da versão final, em 2013, mostrou que o aumento nas temperaturas médias globais desde a era pré-industrial deve exceder os 2ºC até 2100, e pode chegar a 4,8ºC.
"É extremamente provável que as atividades humanas tenham causado mais da metade do aumento observado na média global das temperaturas da superfície desde os anos 1950", diz o relatório preliminar do Painel Intergovernamental sobre Mudança do Clima (IPCC).
Na linguagem usada pelo IPCC, "extremamente provável" significa um nível de certeza de ao menos 95%. O nível seguinte é "praticamente certo", ou 99%, a maior certeza possível para os cientistas.
O relatório anterior do IPCC, de 2007, informou que havia uma certeza de ao menos 90% de que as atividades humanas, principalmente a queima dos combustíveis fósseis, eram a causa do aumento das temperaturas. O documento preliminar apareceu em um blog cético à mudança climática.
O IPCC informou que o post prematuro e não autorizado com o documento poderá provocar confusão, porque o relatório ainda estava sendo feito e provavelmente mudaria antes de sua divulgação.
Uma conferência da Organização das Nações Unidas (ONU) na semana passada, destinada a reduzir as emissões de gases de efeito estufa, não produziu avanço signicficativo. Três países - Canadá, Rússia e Japão - abandonaram o Protocolo de Kyoto e seus limites às emissões.
Degelo na Groenlândia pode não impactar tanto a elevação do nível do mar, afirmam cientistas (Foto: Divulgação/Ian Joughin/Science)Degelo da calota polar  na Groenlândia  (Foto: Divulgação/Ian Joughin/Science)
Os EUA nunca ratificaram o pacto. O Protocolo também exclui os países em desenvolvimento, onde as emissões aumentam com maior rapidez.
Um grupo de países concordou em estender o Protocolo de Kyoto até 2020, mas o conjunto é responsável por menos de 15% das emissões mundiais de gases-estufa. As nações em desenvolvimento afirmaram que pressionarão, no ano que vem, por um mecanismo radical da ONU que os compense pelo impacto da mudança climática.
O IPCC afirmou ter um alto grau de confiança de que a atividade humana tenha causado as mudanças em larga escala nos oceanos, nas placas de gelo ou nas geleiras das montanhas e nos níveis dos oceanos na segunda metade do século 20, de acordo com o relatório preliminar. O documento afirma que os casos de clima extremo também mudaram em razão da influência humana.
Ameaça às cidades
O relatório prevê cenários com um aumento nas temperaturas entre 0,2 e 4,8ºC neste século - uma faixa mais estreita do que em 2007. Mas, em quase todos os cenários, o aumento seria maior do que 2ºC.
Em 2010, governos de vários países prometeram tentar conter o aumento global de temperaturas em mais de 2ºC, considerado pelos cientistas o limite máximo a fim de evitar mais climas extremos, secas, inundações e outros impactos da mudança climática.
As concentrações de dióxido de carbono na atmosfera eram as mais altas em 800 mil anos, segundo o relatório preliminar. O documento também afirma que os níveis dos oceanos devem subir para entre 29 e 82 centímetros até o fim do século - em comparação com os 18 a 59 centímetros projetados no relatório de 2007.
O aumento no nível dos oceanos pode ameaçar os habitantes de áreas de baixa altitude, de Bangladesh às cidades de Nova York, Londres e Buenos Aires. O fenômeno aumenta o risco de ondas de tempestades, erosão na costa e, no pior dos casos, a inundação completa de grandes áreas de território.